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Pesquisa da Associação Paulista de Medicina identificou que 48,9% dos profissionais de saúde relataram pressão de familiares de pacientes de covid-19 para a utilização de medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina e a hidroxicloroquina. O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Clóvis Arns, foi ameaçado de morte após a instituição publicar um estudo em que não recomendava a cloroquina para o combate à doença. A médica Bruna Lordão, de São Paulo, foi chamada de "assassina" por familiares de uma vítima fatal da covid-19 por não ter ministrado a cloroquina ao paciente. No dia 20, um estudo feito em 55 hospitais brasileiros verificou que a cloroquina não tem eficiência em casos leves e moderados da covid-19. A pesquisa foi publicada na revista Science.
“Pelo menos 69,2% (dos entrevistados) dizem que (notícias falsas ou sensacionalistas) interferem negativamente, pois levam algumas pessoas a minimizar (ou negar) o problema e, assim, a não observar as recomendações de isolamento social e higiene, ou a não procurar os serviços de saúde”, destaca a pesquisa da APM. “Outros 48,9% falam que, em virtude das fake news, pacientes/familiares pressionam por tratamentos sem comprovação científica", traz outro trecho do levantamento.