O Ministério da Defesa divulgou uma nota rebatendo as falas do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que as Forças Armadas "estão sendo orientadas para atacar o processo" eleitoral brasileiro e "tentar desacreditá-lo". As declarações do ministro foram dadas durante sua participação em um seminário sobre o Brasil promovido pela universidade Hertie School, de Berlim, na Alemanha.
"O Ministério da Defesa repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia. Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições", escreveu a pasta.
Durante o evento, Barroso não citou o Ministério da Defesa ou quem está orientando as Forças Armadas contra o processo eleitoral. De acordo com o ministro, os "ataques" ao processo eleitoral são "totalmente infundados e fraudulentos".
"Desde 1996 não tem um episódio de fraude no Brasil. Eleições totalmente limpas, seguras e auditáveis. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar? Gentilmente convidadas a participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo?", questionou Barroso.
Ainda de acordo com a nota, assinada pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio de Oliveira, "As Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE)". "As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos", completou.