O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgou neste sábado (22) uma nota em que repudiou a “covarde e abjeta” agressão do ex-deputado Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia. O magistrado afirmou ainda que serão tomadas “todas as providências institucionais” contra as declarações de Jefferson.
"A utilização de agressões machistas e misóginas demonstra a insignificante estatura moral e intelectual daqueles que, covardemente, se escondem no falso manto de uma inexistente e criminosa ‘liberdade de agressão’, que jamais se confundirá com o direito constitucional de liberdade de expressão que, no Brasil e nos países civilizados, não permite sua utilização como escudo protetivo para a prática de todo tipo de infrações penais”, afirmou Moraes.
Em um vídeo divulgado nesta sexta-feira (21), Jefferson distribuiu ofensas à ministra por ela votar a favor de punir a emissora Jovem Pan após a transmissão de declarações falsas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na gravação, o ex-deputado comparou Cármen Lúcia com uma "prostituta" por ter acompanhado o voto do ministro relator, Alexandre de Moraes.
Além de Moraes, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, também saiu em defesa da ministra Cármen Lúcia. Em nota, Weber afirmou que condutas "covardes dessa natureza são inadmissíveis em uma democracia, que tem como um de seus pilares a independência da magistratura. Não há como compactuar com discurso de ódio, abjeto e impregnado de discriminação, a atingir todas as mulheres e ultrapassar os limites civilizatórios".