O ex-juiz e pré-candidato à presidência da República Sergio Moro (Podemos) afirmou nesta quinta-feira (18) que é contra a reeleição. Moro afirmou que o país teve diversos "estelionatos eleitorais de último ano de mandato" para garantir uma nova gestão. O ex-ministro da Justiça defendeu a apresentação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para acabar com essa possibilidade.
"Um dos males que tivemos foi o instituto da reeleição, que faz com que lideranças fracas passem, desde o primeiro dia após eleitas, pensarem em já construir um governo fundado unicamente na oportunidade eleitoral. Nós vimos vários estelionatos eleitorais de último ano de mandato, apenas para garantir essa reeleição a um custo enorme para o Brasil", disse Moro em entrevista ao site O Antagonista nesta noite.
O ex-juiz também citou o risco do populismo no país. "Nós estamos em um contexto em que nossas instituições são fortes, mas vimos como elas podem ser ameaçadas por autoritarismos. Nós estamos na América Latina. Nós temos ainda riscos de populistas e caudilhos", afirmou. Na entrevista, Moro ainda comentou que "não vai ficar falando que não é político".
O presidenciável também afirmou que sua esposa, Rosângela Moro, se "expressou mal'' quando falou que "Moro e Bolsonaro: vejo uma coisa só" em entrevista ao Estadão. Para o ex-juiz, a declaração foi um "equívoco". Ao deixar o governo de Jair Bolsonaro, Moro acusou o presidente de interferência política na Polícia Federal.