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O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) defendeu as redes sociais enquanto instrumentos de acesso à informação e de liberdade de expressão em fala neste sábado (1º) durante o Brazil Conference at Harvard & MIT, em Boston, nos Estados Unidos. Ao longo de sua fala, ele também fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em um painel intitulado "Regulação e Transparência na Era da Desinformação", Moro destacou que as redes sociais potencializaram o acesso à informação, o intercâmbio de ideias e classificou como "extremamente positivo" tal potencial. E se disse preocupado quando as mídias são tratadas "como um mal, como se isso fosse um perigo para a democracia".
"É claro que o mal uso e a desinformação, a incitação à violência e ameaças nunca são aceitáveis, seja fora das redes ou dentro das redes", comentou. O senador destacou, porém, que esse discurso não pode permitir o cerceamento das redes. "Que pode, sim, potencializar a liberdade de expressão, como potencializou a liberdade de expressão e o acesso à informação. Por isso, qualquer regulação tem que ser muito cuidadosa", destacou.
O senador alertou para a importância de um debate criterioso acerca de uma proposta legislativa que tramita sobre a regulação das redes sociais para evitar o que considerou como um "grande risco" a hipótese de "colocar nas mãos" do governo um "poder de supervisão" que, eventualmente, pode, no entendimento do senador, "resultar em alguma espécie de censura".
Na sequência, ele lembrou de "episódios recentes" envolvendo o governo Lula. "O governo anterior [de Jair Bolsonaro] era muito criticado por desinformação e ataques nas redes, e aqui deixo claro que não concordo com qualquer espécie de incitação à violência ou ameaça, mas esse governo atual também já incorreu em desinformação, em ataques", declarou.
"E não vou entrar aqui em detalhes, mas podemos lembrar os episódios que aconteceram semana passada, inclusive envolvendo falas do presidente da República, e inclusive falas envolvendo também no caso a minha pessoa", complementou em referência à fala de Lula de que uma ameaça do PCC ao senador seria uma "armação".