O vice-presidente Hamilton Mourão
Questionado se a visita de Bolsonaro pode destravar as negociações militares com a Rússia, Mourão afirmou que as conversas não devem avançar.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira (8) que um eventual acordo do governo brasileiro com a Rússia para a compra de um sistema antiaéreo, negociado desde 2013 entre os dois países, dificilmente será fechado em razão do vínculo que o Brasil tem com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). As declarações foram feitas em entrevista ao jornal Valor Econômico. Em 2019, ainda sob o governo de Donald Trump, os Estados Unidos designaram o Brasil como um aliado prioritário extra-Otan. O presidente Jair Bolsonaro deve se encontrar ainda em fevereiro com o presidente russo Vladimir Putin em meio à tensão militar com a Ucrânia, conflito que envolve a própria Otan.

Questionado se a visita do presidente pode destravar as negociações, Mourão afirmou que as conversas não devem avançar. “Sinceramente, acho difícil. Não vejo nenhuma simpatia dos meios militares brasileiros a qualquer acordo nesse sentido (negociação militar com a Rússia)”, afirmou o general. Ele disse ainda não acreditar que a visita de Bolsonaro, nesse momento, possa causar algum constrangimento com aliados, como Estados Unidos, e que o Brasil não tem participação direta no conflito. Segundo ele, o governo brasileiro já se posicionou por uma saída pacífica para o enfrentamento.