O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta quarta-feira (17) que as emendas de relator, que formam o chamado orçamento "secreto" ou "paralelo", são uma "manobra" para beneficiar "aqueles que apoiam o governo" do presidente Jair Bolsonaro. O vice-presidente disse que não vê irregularidade no orçamento "paralelo" e considera que não há comparação com o esquema do mensalão, de 2005, durante o governo petista. "É totalmente diferente... O mensalão era dinheiro na mão. É diferente isso aí [em referência às emendas de relator]. Isso aí é o uso do Orçamento, de manobras orçamentárias, em benefício daqueles que apoiam o governo", afirmou Mourão em entrevista ao portal UOL.
Na semana passada, o vice-presidente disse que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a execução das emendas de relator foi "oportuna". Ele ressaltou que o presidente sabe de suas críticas sobre o tema. Para Mourão, o Orçamento foi "sequestrado" de forma gradativa pelo Parlamento nos últimos anos.
"Primeiro, no governo da presidente Dilma em situação de desvantagem que ela estava no Congresso, as emendas passaram a ser impositivas. Depois, o presidente Temer enfrentou outra situação desvantajosa, e foram as emendas de bancada. Agora, as emendas de relator. Então, praticamente, o Orçamento foi sequestrado", apontou.