O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas pediu nesta sexta-feira (12), aos governos federal, estadual e às Forças Armadas que deem explicações sobre denúncias de leitos ociosos em hospitais militares da região durante a crise da Covid-19 no Estado. O prazo para resposta é de 24 horas. Segundo reportagem do portal UOL, 84 dos 116 leitos (ou 72,4% do total) destinados para pacientes de Covid-19 estavam livres nos hospitais militares na última quarta-feira (10). Boletim desta quinta-feira (11), do governo do Amazonas aponta ocupação de 69% dos leitos de UTI e de 29% dos leitos clínicos de Covid-19 nos hospitais das Forças Armadas em Manaus.
Nas últimas semanas, o estado tem vivido um colapso do seu sistema de saúde, com falta de oxigênio hospitalar, morte de doentes asfixiados, escassez de vagas e transferência de doentes para outros Estados. Segundo o MPF, 370 pacientes de Covid-19 aguardavam leito no último dia 10 no estado; 89 deles esperavam vagas em UTI.
O MPF questionou as Secretaria da Saúde do Amazonas, a Secretaria Executiva do Ministério da Saúde e as diretorias da Policlínica Naval de Manaus, do Hospital da Aeronáutica de Manaus e do Hospital Militar de Área de Manaus. Segundo o MPF, o Hospital Militar precisará detalhar o número de leitos clínicos e de UTI, ocupados e vagos, esclarecendo se são resultado de ampliação recente da oferta ou se há providências nesse sentido e, ainda, se há tratativas com o governo do Amazonas ou Ministério da Saúde para utilização dos leitos das referidas.
A Secretaria de Saúde do Amazonas diz, em nota, que os leitos do hospital militar não são colocados à disposição para a população em geral, porque não são leitos do SUS. Afirmou ainda não ter feito pedido para usar esses leitos. Em nota, o Ministério da Defesa disse que, na atual crise do Amazonas, "por diversos dias de janeiro, a ocupação na UTI de covid nos Hospitais Militares chegou a 100%. Para evitar o colapso total, 33 militares foram evacuados para outros Estados, assim como vem sendo realizado com pacientes civis."