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O Ministério Público Federal (MPF) reconheceu que a ação envolvendo o ex-presidente Lula na investigação sobre o tríplex no Guarujá terá sua prescrição confirmada pela justiça até a realização deu um novo julgamento e pediu, dessa forma, que o caso seja arquivado. Em uma petição de 17 páginas, o órgão alega que com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou o processo anterior, não seria possível a ratificação da denúncia. “Dessa forma, em cumprimento à decisão do Supremo Tribunal Federal, as provas colhidas não podem ser aproveitadas, pois a nulidade imposta alcança os atos pré-processuais. Não é possível, portanto, a mera ratificação da denúncia”, diz o documento.
No pedido de arquivamento, o MPF argumenta que a idade do petista, que atualmente tem 76 anos, impossibilitaria qualquer tipo de condenação até o fim do processo. “Diante do exposto, o Ministério Público Federal manifesta-se pelo arquivamento dos autos em razão da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva estatal relativamente a Luiz Inácio Lula da Silva (...) no que diz respeito às imputações dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, envolvendo o pagamento de reforma, ocultação e dissimulação da titularidade do apartamento 164-A, triplex, e do beneficiário das reformas realizadas, nos termos do art. 107, inciso IV, art. 109, inciso III, e art. 115, todos do Código Penal”, diz a decisão.
“Aplica-se, no caso, o prazo prescricional previsto o art. 109, incisos II e III, do Código Penal, reduzidos pela metade, restando prescrita a pretensão punitiva estatal”, diz o MPF. “Desse modo, inexiste pressuposto processual para o oferecimento ou ratificação da denúncia quanto aos fatos imputados a Luiz Inácio Lula da Silva”, segue o MPF.
Em nota, a defesa de Lula afirma que o pedido de arquivamento apresentado pelo MPF deve "pôr fim a caso que foi construído artificialmente a partir do conluio do ex-juiz Sérgio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol para prender o ex-presidente, retirá-lo das eleições de 2018 e para atacar indevidamente sua reputação, tal como sempre sustentamos", diz o comunicado assinado pelos advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins.