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O Ministério Público Federal no Rio apresentou nesta terça-feira (22) uma representação à Procuradoria-Geral da República em que aponta indícios de crime de desobediência por parte do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O parlamentar não compareceu à acareação com o empresário e suplente Paulo Marinho, que o acusa de ter recebido informações vazadas sobre a operação Furna da Onça. No documento, o procurador Eduardo Benones, que comanda a investigação aberta com base nas afirmações de Marinho à Folha de S. Paulo, pede que Augusto Aras se manifeste sobre a possível prática do crime de desobediência. A defesa de Flávio alegou que, por ser senador, ele tem direito a escolher a data e o local da acareação - e sugeriu que ela seja feita no dia 5 de outubro, em Brasília. Benones, contudo, afirma à PGR que, por ser testemunha e não investigado nesse caso, Flávio devia ter comparecido ao encontro para o qual foi convocado com antecedência, "sendo certo que ninguém pode se eximir da obrigação legal a todos imposta de colaborar com as investigações criminais e processos judiciais na condição de testemunha." O procurador também criticou o que considera um desrespeito institucional por parte do senador, que "convidou" o MPF a comparecer a seu gabinete em Brasília.