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O Ministério Público Federal (MPF) transferiu a investigação sobre a compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal. De acordo com a Folha de S.Paulo, a mudança da competência ocorreu ao identificar indícios de crime no contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos.
A empresa assinou o contrato com a Saúde para fornecer 20 milhões de doses da Covaxin ao custo de US$ 15 a dose (R$ 80,70, na cotação da época). O valor, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, chega a ser 1.000% maior em relação ao preço mencionado pela fabricante seis meses antes. Com isso, a vacina indiana se tornou a mais cara a ser comprada pelo governo federal contra a Covid-19.
Segundo a reportagem da Folha, o MPF relata possível quebra de cláusulas contratuais entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos. Pelo documento, 20 milhões de doses deveriam ser entregues em até 70 dias após a assinatura do documento, em 25 de fevereiro, mas nenhuma dose chegou ao Brasil ainda.
A investigação apura ainda a atuação da Global Gestão em Saúde, uma empresa que tem como sócio o mesmo dono da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano. Ele será ouvido pela CPI da Covid no Senado na quarta (23).