O ministro da Justiça, Flávio Dino.
O ministro da Justiça, Flávio Dino.| Foto: Tom Costa/MJSP.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira (20) que foram constatados "desvios de padrão" relacionados à atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro do ano passado. Nesta tarde, Dino apresentou dados sobre as operações em um evento com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a PRF.

Segundo o ministro, foram fiscalizados 2.185 ônibus no Nordeste, no dia 30 de outubro de 2022. Na Região Centro-Oeste foram 893 ônibus; na Região Sul, 632; na Região Sudeste, 571; e na Região Norte, 310. Além disso, houve mudança nos termos da operação que já haviam sido decididos após o primeiro turno das eleições e a decisão de se aplicar ainda mais recursos no segundo turno.

O valor investido na operação da PRF no primeiro e segundo turnos, de acordo com apuração até o momento, foi de R$ 7,1 milhões. “No início, seriam alocados R$ 3,6 milhões para os dois turnos. Depois, foram alocados mais R$ 3,5 milhões apenas para o segundo turno. Lembrando que a eleição de primeiro turno é muito maior, com disputa de mais cargos”, explicou o ministro.

O efetivo de agentes que atuaram no segundo turno também foi maior no Nordeste (795), seguido pelas regiões Sudeste (528), Sul (418), Centro-Oeste (381) e Norte (230), informou a Agência Brasil. O diretor-geral da PRF na época das ações, Silvinei Vasques, é alvo de ao menos um processo administrativo na CGU. Atualmente, o ex-diretor está aposentado da corporação.

"A PRF vai instaurar processos administrativo-disciplinares para apurar os fatos. E o sistema de Justiça fica a cargo do encaminhamento da parte judiciária, como emprego irregular de verba pública, prevaricação ou ato de improbidade administrativa", disse o Ministério da Justiça, em nota.