O diretório nacional do Novo divulgou nesta segunda-feira (8) uma resolução partidária que coloca o partido na oposição à gestão de Jair Bolsonaro. No texto, a legenda cita exemplos de ações do governo federal que justificam a decisão, como os problemas no combate à pandemia de covid-19, o "abandono das políticas anticorrupção, culminando com o encerramento da Lava Jato", a atuação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o que o partido chama de estímulo a discursos e "ações radicais" contra as instituições da democracia.
O Novo também equipara o bolsonarismo ao PT, ao dizer que a legenda se distancia das duas correntes políticas. "O bolsonarismo, assim como o petismo, tem como propósito o oposto: melhorar a vida de alguns às custas da maioria. Os meios também diferem. No lugar de ideias, vemos polêmicas; ao invés de princípios e valores, oportunismo", diz trecho da nota em que o partido divulgou a diretriz.
Apesar do posicionamento de contrariedade a Bolsonaro, a bancada do Novo na Câmara não se juntará à oposição contra o presidente no Congresso. "A bancada federal permanecerá formalmente independente na Câmara dos Deputados, não se aliando aos partidos do bloco de oposição que, assim como o governo, também não apresentam compatibilidade com os princípios e valores do Novo", aponta um segmento da diretriz do partido.
Nas pautas econômicas, o Novo tem votado com o governo, nesses pouco mais de dois anos de gestão Bolsonaro. O partido tem oito deputados federais.