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O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou em discurso ao deixar a pasta que durante sua gestão sofreu com pressões políticas e "ações orquestradas" contra o ministério. O general disse que identificou um grupo de médicos dentro da pasta estava disposto a boicotá-lo e havia políticos interessados em um “pixulé”. As informações são da revista Veja.
“Esse grupo tentou empurrar uma pseudo-nota técnica que nos colocaria em extrema vulnerabilidade, querendo que aquele medicamento, a partir dali, estava com critérios técnicos do ministério, e ele (o medicamento) não tinha”, disse Pazuello, nesta quarta-feira (24), ao lado do novo ministro, Marcelo Queiroga.
O ex-ministro disse que reuniu a equipe para contar que estava sofrendo “ações orquestradas” e que por isso, provavelmente, não ficaria muito tempo no cargo. O general também teria se recusado a atender pedidos de pessoas cujos nomes constavam numa lista enviada a pasta por “uma liderança política”.
“Ali começou a crise com a liderança política que nós temos hoje […]. Aí chegou no final do ano, uma carreata de gente pedindo dinheiro politicamente […]. Foi outra porrada, porque todos queriam o pixulé no final do ano”, apontou Pazuello. O ex-ministro disse que "não conhece nenhum governador ou secretário de saúde que tenha se sentido desamparado pelo ministério com relação as ações de combate à pandemia. "Não se renda às pressões políticas, por que a história irá nos julgar", disse o general ao lado de Queiroga.