A Polícia Federal investiga uma viagem do ex-ministro da Justiça Anderson Torres à Bahia, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. A viagem, à época, foi justificada para reforçar a atuação de policiais federais no combate a crimes eleitorais, como compra de votos.
No entanto, existe a suspeita que Torres teria viajado supostamente para pressionar a PF a barrar eleitores na região onde então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha mais votos, informou a Agência Brasil. As informações foram reveladas pelo site G1 e pelo jornal O Globo. Em nota, o advogado do ex-ministro, Eumar Novacki, disse que assumiu a defesa do ex-ministro há poucos dias.
"Há poucos dias nossa equipe assumiu a defesa do ex-ministro Anderson Torres. Estamos estudando o processo e preparando uma defesa estritamente técnica. Os autos do inquérito são extensos e, por este motivo, não vamos nos precipitar com comentários de qualquer natureza ou emitir posicionamento sobre quaisquer fatos, sejam eles novos ou não. Nossas manifestações serão feitas nos autos”, afirmou o advogado.
No dia 30 de outubro, segundo turno das eleições, o então diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques comandou diversos bloqueios em rodovias no Nordeste, a título de fiscalizar eventuais irregularidades em veículos, o que dificultou a chegada de eleitores aos locais de votação. Na noite anterior, o ministro Alexandre de Moraes havia proibido a PRF de realizar qualquer operação que pudesse afetar o transporte de eleitores.
Desde o dia 14 de janeiro, Anderson Torres está preso, investigado por suposta omissão no controle dos atos de vandalismo de 8 de janeiro. Ele estava no cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas deixou o país, com destino aos Estados Unidos, dias antes dos atos.