O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto.
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.

A Polícia Federal (PF) pediu nesta terça-feira (31) autorização ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para tomar o depoimento do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre a minuta que sugeria decretar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No início do mês, a PF encontrou o documento na residência do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. Dentre outras medidas, a minuta de decreto previa decretar prisão por crime contra o Estado, além da suspensão de direitos de membros da Corte eleitoral.

Em entrevistas recentes, Costa Neto afirmou ter recebido e descartado propostas com o mesmo teor da encontrada na casa de Torres. A solicitação é assinada pelo delegado Raphael Soares Astini, informou o jornal O Globo. No documento, a PF cita declarações do político nestas entrevistas.

"Em recente entrevista a veículos jornalísticos, o Sr. Valdemar Costa Neto, presidente do partido político PL, disse que chegou a receber várias propostas, documentos que supostamente poderiam questionar/alterar no TSE o resultado eleitoral e que teve o cuidado de triturar tais documentos", escreveu o delegado.

"Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava (o papel) no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar", disse Costa Neto ao jornal O Globo.

O pedido da PF foi protocolado no inquérito que investiga a suposta omissão de autoridades do DF em razão dos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro. Nesta segunda (30), a presidente do STF, ministra Rosa Weber, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre um pedido de investigação contra o presidente do PL pelas declarações.