A Polícia Federal rebateu nesta terça-feira (15) o ex-ministro da Justiça e presidenciável Sergio Moro (Podemos) após ele afirmar que há um enfraquecimento nas investigações de corrupção. O ex-juiz declarou em entrevista à Jovem Pan News nesta segunda-feira (14) que "não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção". Em nota, a corporação disse que "mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais".
Moro deixou o comando do Ministério da Justiça em abril de 2020 acusando o presidente Jair Bolsonaro (PL) de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. A corporação afirmou que o ex-juiz "mente" e "confunde, de forma deliberada, as funções da PF". Além disso, a PF apontou que Moro não participou de debates sobre os interesses dos agentes e servidores enquanto era ministro.
"O ex-juiz confunde, de forma deliberada, as funções da PF. O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários. Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores", diz a nota.
Durante a entrevista, Moro disse ainda que a suposta queda no combate à corrupção "é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles".
"O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração. Vale ressaltar que a Polícia Federal vai muito além da repressão aos crimes de corrupção. Em 2021, bateu recorde de operações. No total, foram quase dez mil ações, aumento de 34% em relação ao ano anterior", afirmou a corporação.