O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu uma apuração preliminar contra o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por supostas ameaças às eleições de 2022. Em julho, Netto teria enviado um recado por meio de interlocutores ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmando que o pleito do próximo ano só seria realizado se o Congresso aprovasse o voto impresso. Tanto o ministro quando o parlamentar negam a informação.
A manifestação de Aras foi enviada na terça-feira (28) ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, a PGR afirma que já existem investigações sobre o caso em curso no MPF e pede o arquivamento da notícia-crime apresentada pelo advogado Ronan Wielewski Botelho.
“Eventual surgimento de indícios razoáveis de possível infração político-administrativa cometida pelo noticiado (Walter Braga Netto) ensejará, pois, a adoção das providências necessárias à sua apuração”, disse Aras.
"Em face do exposto, tendo em vista que as condutas noticiadas são do conhecimento deste órgão ministerial e estão sendo apuradas em procedimento próprio, o Ministério Público Federal junto ao Supremo Tribunal Federal opina pela negativa de seguimento à petição, arquivando-se os autos."
Em agosto o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, pediu para Braga Netto indicar um representante das Forças Armadas para participar da comissão de transparência das eleições.