A Polícia Civil de São Paulo tem 23 inquéritos abertos para apurar ameaças, algumas delas de morte, recebidas pelo governador João Doria (PSDB) em decorrência das ações adotadas para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. Em pelo menos três desses inquéritos, a polícia investiga ligação entre autores de ameaças e integrantes de grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro responsáveis por protestos na casa do governador, nos Jardins, zona sul da capital.
A mudança de Doria para a ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, na zona sul, se deu em parte por causa das ameaças, em parte por causa dos protestos. A Casa Militar do palácio, que, além de recomendar a mudança, adotou uma série de protocolos de segurança adicionais para a escolta de Doria em eventos.
Há 15 investigações, entretanto, que foram concentradas na Delegacia Antissequestro, uma equipe especial da Polícia Civil. São inquéritos que foram instaurados após pedido de advogados de Doria, que fizeram representação para denunciar ameaças recebidas em e-mails do governo e no celular. A investigação mais adiantada chegou à identificação de 45 pessoas, moradoras de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Todos eles foram identificados, uma vez que usaram seus próprios telefones para fazer as ameaças.