Entidades do transporte coletivo dizem que as consequências do veto ao socorro poderão prejudicar empresas e usuários.| Foto: Albari Rosa /Arquivo Gazeta do Povo
Ouça este conteúdo

O veto do presidente Jair Bolsonaro ao socorro de R$ 4 bilhões a empresas de transporte coletivo, como ônibus, trem e metrô, provocou a reação de várias associações do setor, além da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que disse ter recebido a notícia com perplexidade. "O veto integral é um equívoco", disse a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Em notas divulgadas após o veto, as entidades destacam que o projeto emergencial para o setor foi construído ao longo de meses entre o próprio governo e parlamentares, Estados e municípios. A FNP, por exemplo, afirma que "a negociação se arrastou por longos oito meses, justamente pela morosidade que a administração federal imprimiu ao processo".

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) manifestou "estranheza e frustração" com o anúncio do veto ao projeto cuja elaboração havia sido conduzida pelo "próprio governo". "Há uma profunda incoerência", afirma a NTU, que lista nomes de políticos ligados ao governo que se envolveram diretamente com a proposta, como Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, e Hildo Rocha (MDB-MA), vice-líder do partido na Câmara.

O texto previa o repasse dos recursos a Estados, ao Distrito Federal e aos municípios com mais de 200 mil habitantes, em caráter emergencial, para socorrer as empresas e garantir a prestação dos serviços em razão do estado de calamidade pública causado pela pandemia de coronavírus. Os deputados e senadores podem derrubar o veto do presidente e garantir o socorro às empresas. A CNT afirma que a falta de um socorro ao setor vai comprometer a sustentabilidade dos sistemas e coloca em risco milhares de empregos diretos e indiretos, além da arrecadação de tributos do próprio Estado.

Publicidade
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]