O presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Nicolau Júnior (Progressistas), foi afastado do cargo por 90 dias nesta quinta-feira (29). A ordem partiu do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da investigação que apura lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva e ativa no parlamento. Com a decisão, que se estende também a um servidor da Assembleia o deputado fica impedido de entrar nas dependências da Casa ou se comunicar com os demais investigados no inquérito - dois deputados e dois empresários que não tiveram os nomes divulgados pelas autoridades.
Um relatório da Unidade de Inteligência Financeira do Brasil (UIF), antigo Coaf, foi juntado ao inquérito e, segundo o MPF, confirma uma série de 'inconsistências' relacionadas à formação de empresas e a transações financeiras atípicas entre os investigados. A Polícia Federal informou que estão sob análise movimentações de aproximadamente R$ 30 milhões em dinheiro vivo. De acordo com o inquérito, um assessor parlamentar fez dezenas de depósitos em espécie, que ultrapassaram R$ 10 milhões, na conta de uma empresa ligada à família do deputado para quem trabalha. Já o sócio de uma das companhias investigadas, que possui diversos contratos públicos, fez mais de 250 depósitos, também em dinheiro vivo, na conta de sua empresa. Os valores costumavam ser movimentados em frações de R$ 99 mil - o que, segundo os investigadores, acende alerta para uma 'clara' tentativa de evitar que as transações fossem detectadas por órgãos de controle.