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Desligamento

Presidente do PTB renuncia sob suspeita de atuar pela prisão de Roberto Jefferson

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A presidente nacional do PTB, Graciela Nienov, pediu demissão e deixa o posto formalmente na segunda-feira (31), após acusações de que ela atua pela manutenção da prisão do presidente de honra do partido, Roberto Jefferson (Foto: Divulgação/PTB.)

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A presidente nacional do PTB, Graciela Nienov, renunciou ao comando do partido sob a suspeita de ter atuado junto ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela continuidade da prisão do presidente de honra da legenda, Roberto Jefferson.

Segundo informa o site UOL, Graciela teria articulado a manutenção da prisão de Jefferson com Moraes. "Em janeiro, eu vou ter que ir lá almoçar com o Alexandre. Fiz esse compromisso, paciência, bora lá", disse, em troca de mensagens com interlocutores em um grupo não-oficial do PTB no WhatsApp, classificado por Jefferson como "grupo secreto".

Em outra mensagem, Paula, apontada pelo UOL como uma integrante do diretório sul-riograndense do PTB, diz que deseja o STF "de costas" para o partido, "fingindo que a gente não existe". "Não dá para brincar quando o cara tem a caneta para te botar dentro de uma cela", declarou.

A Gazeta do Povo conseguiu confirmar o teor da crise interna do PTB e que Graciela apresentou sua demissão a Jefferson. "Ela solicitou desligamento e amanhã [segunda-feira (31)] formalizará junto ao partido a sua renúncia", afirma um interlocutor do partido. O atual vice-presidente, deputado estadual Marcus Vinícius (PTB-RJ), o "Neskau", assumirá a presidência.

Em uma carta escrita por Jefferson, que foi preso e afastado da presidência do PTB por determinação de Moraes, ele detalha o pedido de renúncia. "A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela", diz.

Confira a íntegra da carta escrita por Roberto Jefferson

Não dei uma palavra contra a Graciela. Eu a defendi contra todos, até com você quando me chamava atenção em relação a ela eu brigava. Briguei contra todos, contra minha própria filha. Contra o Rondon, o Albuquerque e suas ameaças de morte. Tanto que ele procurou o Neskau para me ameaçar, e ele respondeu se for pessoalmente e de frente ele pagava para ver.

Fiz dela minha continuação, mas ela se transformou numa ruptura. Nada dissemos contra ela, só falávamos a favor. O mal que está sendo dito na mídia são palavras dela e do grupo dela. Nayara, Jefferson, Valadares e Paula. São diálogos deles num grupo secreto. As piores palavras saem dela, do Valadares e do Jefferson.

Chamam meu grupo de 5a. coluna, falam em terminar com a seita robertista, que meu grupo aluga a legenda, que meu grupo quer destruir o PTB. Eu precisei ouvir 4 vezes as gravações do grupo secreto que eles formaram. Li várias vezes os tweets que eles escreveram. Minha cabeça se recusava a aceitar. Me abalou profundamente. Da Cristiane eu poderia esperar essas atitudes, mas da Graciela que eu gostava como filha, nunca.

Repito, a crise não foi forjada por nós, mas pelas palavras de Grupo secreto da Graciela, publicadas pela Nayara que brigou com o grupo.
A mim abalou. Ouvi várias vezes a zombaria feita contra mim e meus amigos. Se o PTB não tem hoje tantos deputados, foi porque nós colocamos os viciados para fora. Os presidentes regionais construirão uma nova e grande bancada.

A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela.

A Graciela foi pior de que a Cristiane para mim, que foi pior do que Brutus foi para Júlio César. Quando ela me visitava na prisão ela chorava, fazia minha Ana chorar, me fazia chorar, declarando amor, lealdade e compaixão. Como ao sair de lá ela podia fazer aquelas gravações no seu grupo secreto, de zombarias desconstrução? Como?Quem ela é na verdade? A Graci que chora pra mim ou a que ri de mim nas minhas costas no grupo secreto?

Quanto a falar comigo, a Graciela sabe onde eu moro. Não sairei de casa, estou preso e incomunicável, somente podendo receber visitas de parentes próximos e de meus advogados como agora recebo. Decisão judicial. Peço a você que peça autorização ao Ministro para trazer a Graciela até aqui. Em caso de autorização, eu a receberei como só poderia ser, minha criatura querida.

Como ser humano tem meu amor, mas perdeu minha confiança para presidir nosso PTB. Eu a edifiquei como uma grande líder para a vida. Ela quis me envolver com as cordas da sepultura. Escrevo esta carta que te entrego profundamente triste e abalado. Nossa força e vitória é Jesus!

Roberto Jefferson, um preso político.

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