O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, defendeu o uso de mensagens hackeadas no inquérito sigiloso instaurado contra procuradores da Lava Jato. Em manifestação enviada à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, Martins alega "autodefesa" do Judiciário para justificar a utilização das provas obtidas de forma ilícita na investigação contra a força-tarefa.
O inquérito do STJ contra a Lava Jato foi aberto em fevereiro para apurar suposta tentativa de intimidação a ministros do tribunal em mensagens dos procuradores Deltan Dallagnol e Diogo Castor de Mattos. A investigação foi instaurada de ofício - ou seja, sem manifestação do Ministério Público Federal - e é conduzida em sigilo por Martins com base nas conversas hackeadas.
A investigação conduzida por Martins apura se a Lava Jato tentou investigar, sem autorização judicial, a movimentação financeira de ministros da Corte. Ao abrir um inquérito o ministro Humberto Martins se baseou no regimento interno da Corte que prevê a atribuição do presidente para velar pelas prerrogativas do tribunal.