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O plano de saúde Prevent Senior teria ocultado mortes de pacientes que participaram de um estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina e azitromicina no tratamento Covid-19. A informação foi divulgada pela GloboNews, que obteve um dossiê sobre o estudo. O dossiê enviado à CPI da Covid mostra que médicos e ex-médicos denunciaram irregularidades e manipulação na realização do estudo. Segundo eles, o uso da cloroquina foi acertado em um acordo entre o governo Bolsonaro e a empresa.
Nesta quinta-feira (16), o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, não compareceu à CPI da Covid para prestar depoimento como estava previsto. Ele deve ser ouvido pelos senadores na próxima semana. A GloboNews mostrou que dos nove pacientes que morreram, seis estavam no grupo que tomou hidroxicloroquina e azitromicina. Dois estavam no grupo que não ingeriu as medicações e há um paciente sem detalhamento sobre ingestão ou não da medicação.
Porém, o coordenador do estudo e diretor da Prevent Senior, o cardiologista Rodrigo Esper, mencionou no estudo apenas duas mortes no grupo que usou as medicações. Três dias depois, o presidente Jair Bolsonaro fez uma postagem no Twitter sobre o estudo e mencionou cinco mortes.
"Segundo o CEO Fernando Parrillo, a Prevent Senior reduziu de 14 para 7 dias o tempo de uso de respiradores e divulgou hoje, às 1h40 da manhã, o complemento de um levantamento clínico feito: de um grupo de 636 pacientes acompanhados pelos médicos, 224 NÃO fizeram uso da HIDROXICLOROQUINA. Destes, 12 foram hospitalizados e 5 faleceram", diz um trecho do tuite feito pelo presidente sobre o estudo.