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Investigação sobre ataque hacker ao TSE

Procuradoria da Câmara diz que Filipe Barros não cometeu crime ao divulgar inquérito

Filipe Barros
Relator da PEC do voto impresso, Filipe Barros recebeu inquérito da PF sobre ataque hacker ao TSE sem ressalva de sigilo (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

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A Procuradoria da Câmara, órgão interno que faz a defesa dos deputados em suas atividades parlamentares, afirmou em parecer que o deputado Filipe Barros (PSL-PR) não cometeu crime ao divulgar o inquérito da Polícia Federal sobre a invasão hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.

Considerou que a própria instauração de uma investigação contra ele em razão da divulgação, no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), constitui uma "violação ao livre exercício do mandato" e serve como "instrumento de perseguição política" por sua posição a favor do voto impresso no país.

O órgão defendeu o arquivamento do inquérito, aberto pelo ministro Alexandre de Moraes a pedido do TSE. Afirmou que, ao enviar ao deputado cópia do inquérito sobre o ataque hacker, o delegado do caso não informou que havia qualquer sigilo sobre o documento, o que esvazia a imputação de que teria cometido crime de violação de sigilo funcional, como sustenta a delegada Denisse Ribeiro, que o investigou.

Além disso, a Procuradoria argumenta, com base em regras do regimento da Câmara, que era dever de Filipe Barros dar publicidade ao inquérito, uma vez que ele foi obtido a partir de requerimento aprovado pela comissão especial que debatia o voto impresso.

“As cópias enviadas ao Relator da PEC nº 135/2019 [o próprio Filipe Barros] se sujeitam à regra geral da publicidade, sem qualquer distinção com outros documentos externos recebidos pelas Comissões da Casa. Daí que qualquer pessoa poderia solicitar à Comissão Especial acesso ao conteúdo, que deveria ser cumprido nos termos da Lei de Acesso à Informação (LAI), Lei nº 12.527/2011”, disse a Procuradoria.

Neste mês, a delegada da PF Denisse Ribeiro, responsável por investigações relatadas por Alexandre de Mores contra apoiadores de Jair Bolsonaro, imputou crime ao deputado e ao presidente em razão do compartilhamento de cópia do inquérito nas redes sociais, em agosto do ano passado. Como mostrou a Gazeta do Povo, pelo menos três delegados da PF e também a Advocacia-Geral da União (AGU) entendem que não havia sigilo na investigação, e que, portanto, não há crime.

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