Ala tucana capitaneada pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG) sinaliza o voto favorável ao líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL)| Foto:
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O DEM não é o único partido dividido para a votação da presidência da Câmara, como mostrou Gazeta do Povo. O PSDB também está. Ambos os partidos integram o bloco que apoia a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), líder e presidente nacional do partido, ao lado de partidos da oposição ao governo Bolsonaro, como PT, PSB, PDT, PCdoB e Rede.

A composição com os partidos de esquerda constrangeu a ala tucana ligada e liderada ao deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Esse grupo estima que, dos 31 deputados da legenda, 16 estão dispostos a rachar o partido e, como consequência, votar no líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), o candidato apoiado pelo governo federal.

O número, contudo, pode aumentar. Deputados tucanos ouvidos pela Gazeta do Povo estimam que até 22 deputados podem acabar votando com Lira. "Ninguém concordou com a adesão ao bloco do [presidente da Câmara] Rodrigo Maia", sustenta um. "Essa decisão foi tomada sem ouvir ninguém da bancada. Nem os deputados, nem a militância do partido nos estados concordam. Ninguém aceita isso [estar em um mesmo bloco com partidos da esquerda]", diz outro.

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A contagem de 22 deputados tucanos leva em consideração o grupo liderado por Neves e até de outros, mais ligados à atual cúpula do partido. O ex-governador de Minas Gerais é opositor do presidente nacional do partido, Bruno Araújo (PE), e do governador de São Paulo, João Doria, que, por sua vez, tem influência sobre o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP).