Os presidentes da Câmara dos Deputados e Senado Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), veem com apreensão a proposta do governo de Jair Bolsonaro (PSL) que pode limitar o gasto social. "As despesas de inativos crescem muito e a gente não sabe quais são os entes que vão reformar os seus sistemas ou não para controlar as suas despesas. Se essa despesa ficar solta, ela vai crescer mais do que a obrigação de gastos de estados e municípios em saúde e educação, tendo então uma redução de aplicação. Num país que tem quase 12 milhões de desempregados, que tem 10 milhões de brasileiros vivendo abaixo da extrema pobreza, não parece um caminho, no curto prazo, adequado", ponderou Maia. Ele ainda ressaltou que a proposta do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), que regulamenta a regra de ouro, traria uma economia superior ao texto apresentado pelo governo – seriam R$ 90 bilhões contra R$ 25 bilhões nesta versão.
A avaliação de Davi Alcolumbre é de que também no Senado a proposta vai encontrar resistência porque os parlamentares não vão aceitar diminuir recursos de investimento em saúde e educação. "A possibilidade de promovermos esse debate é fundamental nesse momento em que o Congresso assume o papel fundamental de fazer as reformas que o país precisa. Não uma reforma para se comemorar, mas uma reforma que todos nós temos a consciência que devemos fazer e estamos fazendo", declarou.