Ex-procurador-geral da República, antecessor de Raquel Dodge, Rodrigo Janot afirmou que no momento mais tenso de sua carreira como PGR chegou a ir armado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para matar o ministro Gilmar Mendes. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar e depois me suicidar”, declarou em entrevista ao Estadão. A situação aconteceu em 2017 após a PGR pedir a suspeição de Gilmar na análise de um habeas corpus de Eike Batista, já que a esposa do ministro, Guiomar Mendes, trabalhava para um escritório que advogava para o empresário.
Enquete: declaração de Janot sobre matar Gilmar Mendes prejudica a Lava Jato?
Em resposta, Gilmar Mendes enviou ofício a Carmen Lúcia, presidente do Supremo à época, afirmando que a filha de Janot advogava para a OAS em processo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e poderia “ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato”. “Minha filha nunca advogou na área penal... e aí eu saí do sério”, afirmou o ex-PGR, que conta ter ido armado ao STF antes da sessão de suspeição de Gilmar no caso Eike. Janot conta que encontrou Gilmar na sala de café. “Ele estava sozinho”, disse Rodrigo Janot. “Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus”.