A ministra Rosa Weber será a relatora de duas ações no Supremo Tribunal Federal (STF) que questionam as indicações de verbas federais por deputados e senadores no Orçamento Secreto, por meio das chamadas emendas de relator-geral. Identificadas pelo código RP9, as emendas servem para que deputados e senadores indiquem verbas para suas bases eleitorais.
Trata-se de um mecanismo criado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro para distribuir recursos entre aliados e garantir apoio no Congresso. Ao contrário de outros tipos de emenda, a distribuição das verbas do Orçamento Secreto não é equânime entre os congressistas - aliados ao governo indicam mais verbas que opositores. Também não há transparência: na maioria dos casos, é impossível saber quem indicou o quê. A manobra foi revelada pelo Estadão.
Rosa Weber vai relatar no STF as ações apresentadas pelo Cidadania e pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nas peças, duas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs), os partidos pedem que a aplicação do dinheiro seja interrompida em 2021. O Orçamento da União de 2020 alocou R$ 20,1 bilhões nas chamadas emendas de relator-geral.