O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), cotado para ser o relator da CPI que vai investigar as invasões de terra pelo MST durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diz que a comissão não será uma disputa entre a oposição e a base governista. O colegiado deve ser instalado na próxima semana, e Salles afirma já ter o apoio de líderes do partido e de legendas aliadas, além da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA).
Ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), Salles amenizou o discurso contra Lula e diz que “não é justo generalizar” que o PT como um todo tenha ligação com o MST – embora o grupo seja um apoiador histórico do presidente.
“A CPI do MST não é de disputa entre governo e oposição. Vai se debruçar sobre o comportamento do MST, que não necessariamente é o mesmo do governo. Ministros já se posicionaram contra as invasões ocorridas neste ano. Não vamos fazer um trabalho contra o governo, e sim contra os crimes e abusos que determinadas pessoas dentro de um grupo maior estejam praticando”, disse em entrevista ao Poder 360 publicada nesta segunda (8).
Salles afirmou também que, embora a CPI não vá atribuir uma ligação direta do governo ou do PT às invasões, os trabalhos vão apontar eventuais erros ou omissões. “Naquilo em que o governo estiver agindo mal perante as invasões de propriedade em quaisquer Estados, vamos tratar e objetivar. Agora, não é mesmo uma CPI feita para contrapor o governo”, completou.
O parlamentar afirmou, ainda, que a presidência da comissão deve ser ocupada pelo deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS).
Os trabalhos da CPI do MST devem começar após o retorno de viagem do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na quarta (10). O parlamentar está em Nova York participando do evento Lide Brazil.