O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou em entrevista publicada pelo Estadão neste sábado (3) que o Brasil pode reduzir o desmatamento da Amazônia em até 40% se receber US$ 1 bilhão dos Estados Unidos. Ao jornal, Salles detalhou as ações que seriam realizadas se o repasse dos recursos pelo governo dos EUA se concretizasse.
"O plano é US$ 1 bilhão por 12 meses, sendo um terço, US$ 340 milhões, para ações de comando e controle, e US$ 660 milhões para as ações de desenvolvimento econômico, pagamento por serviços ambientais, justamente nesses lugares onde haverá atuação mais forte do comando e controle", explicou. De acordo com Salles, a Noruega também foi questionada se quer colaborar com o plano na Amazônia, mas enfatizou que "a grande discussão é com os EUA".
Durante o debate para a presidência dos Estados Unidos em 2020, o então candidato, Joe Biden, defendeu a criação de um fundo para "comprometer US$ 20 bilhões" para combater incêndios na Amazônia - cerca de R$ 97 bilhões. Segundo ele, o esforço seria feito para que "o Brasil não queime mais a Amazônia para que eles possam ter fazendas".
"Estamos pedindo US$ 1 bilhão dos US$ 20", justificou Salles, ao dizer que o governo vai agir para cumprir a meta se tiver os recursos. "Ou volta pra trás no discurso: ‘eu falei que tinha, mas não tem’. Se não fica parecendo que tem o dinheiro, e a gente não faz porque não quer. Não é verdade."
Salles afirmou ainda que, caso não haja recursos dos EUA ou de outro país, a pasta vai combater o desmatamento "com as nossas disponibilidades o máximo que conseguirmos, mas aí não posso me comprometer com percentuais".