O Senado aprovou na quarta (31) um "voto de censura" a Filipe Martins, assessor especial da Presidência da República, em razão do gesto feito durante audiência com o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre o combate à pandemia. A votação foi simbólica.
"O senhor Filipe Martins comportou-se de forma completamente inadequada, desrespeitosa e quiçá criminosa enquanto o presidente desta Casa, o senador Rodrigo Pacheco, proferia seu discurso de abertura", escreveu. "Tal gesto tem sido amplamente replicado por membros de grupos de extrema direita e por simpatizantes do movimento supremacista branco em protestos e redes sociais por todo o mundo", justifica o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
Na ocasião Martins se manifestou sobre o caso via redes sociais. "Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao 'supremacismo branco' porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um", escreveu.
No Twitter, o Museu do Holocausto no Brasil afirmou que, nos Estados Unidos, o gesto - semelhante ao "OK" - é um símbolo empregado por militantes de extrema-direita. "Recentemente, o gesto foi classificado pela ADL (Liga Antidifamação), como um sinal utilizado por supremacistas brancos para se identificarem".
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), determinou que o caso seja investigado pela Polícia Legislativa.