O diretor do FIB Bank Roberto Ramos, em depoimento à CPI da Covid| Foto: Pedro França/Agência Senado
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Senadores que participam da sessão desta quarta-feira (25) da CPI da Covid acusam a testemunha do dia, Roberto Pereira Ramos Junior, diretor do FIB Bank, de estar protegendo o advogado Marcos Tolentino - que, na avaliação dos parlamentares, seria o real proprietário da empresa. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) chamou Ramos de “testa de ferro", e o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que o depoente é "laranja de Tolentino".

Tolentino é amigo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), a ponto de ter ido ao Senado para acompanhar o depoimento do parlamentar à CPI. Formalmente, ele não consta entre os sócios do FIB Bank. Mas ele é procurador de uma das empresas que compõem o capital social da companhia. Tolentino foi convocado para depor à CPI e deve comparecer à comissão na semana que vem.

O FIB Bank está sob investigação da CPI por ter sido a empresa garantidora do contrato entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde. Apesar do nome, o FIB Bank não é um banco. Os senadores - tanto governistas quanto de oposição - também questionam o valor declarado de capital social da empresa, que é de R$ 7,5 bilhões. A discordância entre os parlamentares favoráveis e contrários ao governo de Jair Bolsonaro se dá a partir de um segundo momento. Para os aliados ao governo, o episódio mostra que o poder público foi vítima de uma tentativa de golpe e, pelos seus mecanismos de controle, se precaveu e não efetuou despesas. Já os adversários apontam que Precisa e FIB Bank tiveram um trânsito incomum dentro do governo federal e que os gastos só não aconteceram por ação da própria CPI.

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