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Líderes da oposição no Senado estão se articulando para indicar nomes para compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs na Amazônia, que deve ser instalada na Casa após receber o aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O requerimento para abertura da CPI, de autoria do senador Plínio Valério (PSDB-AM), recebeu o apoio de 37 senadores, 10 a mais que o necessário.
Segundo assessores de senadores, antes mesmo de Pacheco oficiar os blocos partidários sobre as indicações, iniciou-se uma disputa entre os interessados para serem escolhidos em ao menos uma suplência. Os senadores Rogério Marinho (PL-PI), Zequinha Marinho (PL-PA), Damares Alves (Republicanos-DF) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS) já manifestaram interesse.
A CPI será composta por 11 titulares e sete suplentes. O bloco majoritário, formado por MDB, União, Podemos, PDT, PSDB e Rede, tem direito a sete integrantes. Os dois blocos da oposição, que reúnem PL, Republicanos, PP e Novo, podem indicar juntos seis, igual número do bloco governista, formado por PSD, PSB e PT. A CPI precisa ao menos 10 membros para funcionar.
Plínio Valério disse que a CPI não servirá para “demonizar organizações não-governamentais”, mas apenas investigar a fundo suspeitas. “Há ONGs sérias, que serão preservadas. Vamos investigar as que pegam dinheiro lá fora e aqui dentro, não prestam contas e gastam entre si 80% do que arrecadam”, ressaltou. “Vamos abrir essa caixa preta para revelar o que se passa nesses bastidores”.
O senador amazonense, que desde 2019 tenta instalar a CPI, cita o caso do bilionário americano George Soros ter repassado R$ 107 milhões em apenas um ano, por meio da sua fundação Open Society Foundations. Valério argumenta que o tema segue atual, sobretudo com a volta do Fundo Amazônia, o que, na opinião dele, torna a CPI "ainda mais necessária". "Após quase quatro anos de espera, resta-nos agora apenas cobrar dos líderes de bloco a indicação dos membros", disse Valério à Gazeta do Povo.