Enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), trabalha para a aprovação rápida da indicação do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), senadores lavajatistas preparam um "dossiê" para levantar o histórico do desembargador Kassio Nunes Marques, seus posicionamentos sobre temas polêmicas e envolvimento com investigados. "É inegável o notável saber jurídico e a reputação ilibada, mas a forma que a escolha foi feita é já chegar pela porta dos fundos", afirmou o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP). Os parlamentares querem saber, por exemplo, se o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado pela prática da "rachadinha", pode ser favorecido pelo candidato a ministro do STF. O caso é julgado no Tribunal de Justiça fluminense, mas há recurso do Ministério Público que discute o foro do senador em análise pela Corte. "Tem que ser apurada a sugestão de que há padrinhos, parceiros e amigos que figuram entre os investigados", afirmou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). A sabatina de Marques não ocorrerá antes do dia 13 de outubro, quando o ministro Celso de Mello se aposenta.