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A fabricante da vacina russa Sputnik V informou que vai entrar com uma ação judicial contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por difamação. Na última segunda (26) a Anvisa negou a importação da Sputnik V por estados e municípios brasileiros por entender que, com base nos estudos, não ficaram garantidas a segurança e a eficácia da vacina.
A agência alegou ainda que há vírus replicante (adenovírus capaz de reprodução, ou RCA). Em comunicado, no entanto, "o Centro Gamaleya, que realiza um controle de qualidade rigoroso de todos os locais de produção da Sputnik V, confirmou que nenhum adenovírus competente para replicação (RCA) foi encontrado em qualquer um dos lotes de vacina Sputnik V que foram produzidos".
"Após a admissão do regulador brasileiro Anvisa de que não testou a vacina Sputnik V, a Sputnik V está iniciando um processo judicial de difamação no Brasil contra a Anvisa por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente", escreveu o perfil oficial da vacina no Twitter.
Na terça (27), o Fundo Soberano da Federação da Rússia reagiu à decisão. Ao Valor Econômico, o CEO do Fundo, Kirill Dmitriev, classificou como "fake news" os argumentos da agência reguladora brasileira para a negativa e acusou a agência de ser "tendenciosa e não profissional".
"Para nós, usam exigência dupla ou tripla, mais sujeita a escrutínio e ataque. É muito estranho. Ao mesmo tempo, autorizam vacina no Brasil que tem casos de trombose severa, enquanto no caso da Sputnik o risco é zero", argumentou o CEO.