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A direção da Polícia Federal exonerou nesta quinta-feira (15) o superintendente do Amazonas, delegado Alexandre Saraiva. A decisão foi tomada no mesmo dia em que Saraiva enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles e também contra o senador Telmário Mota (Pros-RR). Na ocasião, o superintendente apontou que Salles dificultou a fiscalização ambiental e atuou para obstruir uma investigação que apreendeu madeira ilegal. Para seu lugar foi indicado o delegado Leandro Almada.
Telmário e Salles já deram declarações contrárias à operação da PF que apreendeu, em 2020, mais de 200 mil metros cúbicos de madeira. Saraiva considera que o ministro e o senador formaram uma parceria com o setor madeireiro "no intento de causar obstáculos à investigação de crimes ambientais e de buscar patrocínio de interesses privados e ilegítimos perante a Administração Pública." Para o delegado, as terras de onde foi retirada a madeira seriam derivadas de grilagem.
Saraiva está há quatro anos na chefia da PF da Amazonas e já houve ensaios para sua saída da superintendência. O delegado foi o pivô da primeira crise entre o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro, em 2019.
Não há definição sobre o novo cargo que Saraiva irá assumir, mas o atual chefe da PF no Amazonas teria sido convidado para ir para uma missão no exterior - e ainda não teria decidido sobre o assunto.