Uma cena chamou a atenção durante o evento de apresentação do novo plano de governo do PT, que aconteceu nesta terça-feira (21), em São Paulo. O documento traz mudanças em relação à versão que vazou à imprensa no começo do mês. Durante uma fala do ex-ministro Aloizio Mercadante, o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi até a mesa onde estavam os dirigentes partidários e reclamou que não foi convidado para o encontro e que sua proposta de renda básica universal não foi incluída nas diretrizes do partido.
“Quero entregar ao Aloizio Mercadante a proposta (de renda básica) que não foi considerada, infelizmente. Eu entreguei por e-mail há dez dias e não foi considerada ainda entre os itens principais a instituição da renda básica de cidadania, aprovada por todos os partidos e sancionada pelo presidente Lula. Está no programa do PT há muitos anos. Ele (Mercadante) tem alguma coisa comigo. Não me convidou para essa reunião. Mas hoje estou aqui e continuarei trabalhando muito para que Lula e Alckmin instituam a renda básica de cidadania enquanto eu estiver vivo ainda”, disse Suplicy.
Visivelmente contrariado, Mercadante rebateu o vereador e afirmou que os convites não eram de sua responsabilidade. “Agradeço muito sua apresentação. Eu de fato não tive como acompanhar o convite de todas as pessoas. É só olhar o tamanho do plenário. Nem era minha função. Em relação às propostas, hoje é o início de um processo. Você vai ter a chance de discutir. Mas para entrar no programa de governo não vamos ter que ter um debate aprofundado”, respondeu o ex-ministro.
Em seguida, alertado por auxiliares, Mercadante afirmou que a proposta de Suplicy estava citada nas diretrizes e criticou o vereador. “A menção genérica (da renda universal) está citada sim no item 20. Então você poderia olhar com mais cuidado. Então não só está citada, como vossa excelência cometeu duas graves injustiças aqui. Mas eu estou acostumado. Fui líder de vossa excelência com a bancada e sei que é assim mesmo”, disse Mercadante.