O ministro da Justiça, Anderson Torres, apresentou nesta quinta-feira (29) sugestões feitas pela Polícia Federal ao sistema eleitoral brasileiro. Segundo ele, um grupo de peritos da PF se manifestou a favor da impressão dos votos “como um elemento de auditoria não eletrônico". Ele ressaltou que não seria apenas o voto impresso, mas uma forma de avaliação “independente para validar um pleito caso ele seja questionado”.
Torres participou da live semanal feita pelo presidente Jair Bolsonaro. O ministro leu trechos das avaliações dos peritos da PF, feitas nos anos de 2016, 2018 e 2019. Torres afirmou que o Tribunal superior Eleitoral (TSE) convidou os agentes para participar da análise dos códigos eleitorais. Ele classificou os peritos envolvidos como “especialistas responsáveis pelas análises criminais e de crimes cibernéticos”.
Em 2016, eles defenderam um “sistema de votação auditável em todas as suas etapas”. Os peritos argumentaram que “apesar de ser possível auditar a totalização dos boletins de urna, não é possível auditar de forma satisfatória o processo entre a votação do eleitor e a contabilização do voto no boletim de urna”, pois “não há como fazer correspondência entre o eleitor específico e o seu voto”. Também consideraram que as “chaves de criptografia não são suficientemente bem protegidas”.
Já em 2018, os agentes pediram a realização de uma “revisão criteriosa” na arquitetura dos servidores e no processo de totalização, principalmente no envio dos dados. De acordo com o ministro da Justiça, os especialistas recomendaram que seja feito um esforço para que possa existir o voto impresso “para fins de auditoria, pois por mais confiáveis que sejam todas as pessoas envolvidas no processo do sistema eleitoral e por mais maduro que sejam os softwares, eles sempre possuíram possíveis vulnerabilidades”.