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Diversas lideranças políticas lamentaram neste domingo (10) o assassinato do tesoureiro do PT e guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda. O petista foi baleado durante a festa de aniversário em Foz do Iguaçu, no Paraná pelo policial Penal Federal Jorge da Rocha Guaranho. Já ferido, o tesoureiro do PT reagiu e atirou contra Guaranho, que também morreu no local.
De acordo com o Boletim de Ocorrências, Guaranho chegou no local da festa gritando "Aqui é Bolsonaro!". A Polícia Civil do Paraná informou que mais detalhes serão divulgados em entrevista coletiva na tarde deste domingo.
Pela redes sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou o crime e afirmou que, por conta da intolerância política, "duas famílias perderam seus pais".
"Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos com sua família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa de aniversário tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha. Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia ainda maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda. Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável. Pelos relatos que tenho, ele não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz", afirmou o ex-presidente.
Políticos e presidenciáveis lamentam o crime
Na mesma linha, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), cobrou medidas para a prevenção de combate à violência política no país. "Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário", afirmou.
Pré-candidato pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes, também lamentou ocorrido. "É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas. Que Deus, na sua misericórdia, interceda em favor de nós brasileiros, pacificando nossas almas, e traga conforto às duas famílias destruídas nesta guerra absurda, sem sentido e sem propósito", afirmou o pedetista.
A pré-candidata pelo MDB, senadora Simone Tebet, lamentou as duas mortes. Além disso, afirmou que é "contra esse tipo de violência que ela luta. "O fato é que esse tipo de situação escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da polarização política que avança sobre o Brasil. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. É contra isso que luto e continuarei lutando.
Tenho certeza que nós, brasileiros, temos todas as condições de encontrar um caminho de paz, harmonia, respeito, amor e dignidade humana suficientemente sólido para reconstruir o Brasil", disse.
O presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também afirmou que o crime é a "materialização da intolerância política que permeia o Brasil". "Devemos todos, especialmente os líderes políticos, lutar para combater este ódio, que vai contra os princípios básicos da vida em família, em sociedade e em uma democracia", completou.
Já o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) afirmou que o crime é resultado dos estímulos de violência por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL). "A tragédia em Foz do Iguaçu é infelizmente uma consequência previsível do clima de violência política armada que é estimulado diariamente por Bolsonaro e seus parceiros, com a tolerância do Congresso e dos órgãos de controle. Eleição não é guerra, somos todos brasileiros!", afirmou Vieira.
O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) também repudiou a morte do tesoureiro do PT. "Precisamos repudiar toda e qualquer violência com motivação política ou eleitoral. O Brasil não precisa disso”, disse.