O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, contrariou as expectativas e encerrou a sessão de votação dos destaques da reforma da Previdência. A decisão ocorreu logo após a votação do primeiro destaque: sobre os professores, que foi rejeitado.
"Logo no primeiro destaque havia muita dúvida sobre o teor, o impacto do destaque. Se havia dúvida no primeiro, o segundo teria impacto ainda maior na economia. Então foi melhor encerrar", justificou Maia em entrevista.
A oposição destaca que o motivo da manobra foi a saída dos deputados do plenário, tornando o “quorum perigoso”, ou seja, os opositores à reforma poderiam conseguir maioria para aprovar ou rejeitar os outros 30 destaques a serem votados. Oficialmente, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou à reportagem que a sessão foi encerrada para "arrumar a casa". O presidente da comissão especial da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), brincou que foi pego de surpresa: "Fui fazer um lanche e quando voltei tinha acabado a sessão".