Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Carlos contra Mourão

Bolsonaro quer ‘ponto final’ em briga de Carlos e Mourão, porém, filho ataca o vice novamente

Carlos Bolsonaro ao lado do pai, Jair Bolsonaro
Briga entre Carlos Bolsonaro e o vice-presidente, Hamilton Mourão, tentou ser apaziguada pelo presidente, Jair Bolsonaro. Foto: Flickr/Família Bolsonaro/Reprodução (Foto: )

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tentou amenizar a troca de farpas pública entre o filho vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e o vice-presidente, Hamilton Mourão. Por meio do porta-voz do governo, general Otávio do Rego Barros, ele afirmou que quer colocar "um ponto final" na "pretensa discussão", que começou após um tuíte de Carlos Bolsonaro na manhã desta terça-feira (23).

"De uma vez por todas o presidente gostaria de deixar claro o seguinte: quanto a seus filhos, em particular o Carlos, o presidente enfatiza que ele sempre estará a seu lado. O filho foi um dos grandes responsáveis pela vitória nas urnas, contra tudo e contra todos", afirmou o general Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência, nesta terça-feira (23).

Ao falar sobre Carlos, segundo Rêgo Barros, o presidente disse que ele "é sangue do meu sangue".
Bolsonaro fez um afago a Mourão dizendo que ele é o subcomandante do governo e que topou o desafio das eleições, acrescentando que o vice tem dele "consideração e apreço".

Sem citar o nome do guru da direita e escritor Olavo de Carvalho, o porta-voz disse que o presidente ressaltou "de forma genérica" que quaisquer outras influências de contribuições com o governo para mudanças no Brasil "serão muito bem-vindas".

"O senhor presidente evidencia que declarações individuais publicadas em mais diversas mídias são de exclusiva responsabilidade de que as emite", afirmou.

Crítica de Carlos Bolsonaro a Hamilton Mourão

Na manhã desta terça, Carlos criticou publicamente Mourão por ele ter aceitado um convite elogioso para palestrar nos EUA há duas semanas.

Nas redes sociais, ele afirmou que, "se não visse, não acreditaria que [Mourão] aceitou com tais termos" a proposta feita pelo Wilson Center, tradicional ambiente de estudos e palco de palestras de diferentes campos políticos.

O convite, de 9 de abril, apontava o vice como "uma voz de razão e moderação, capaz de orientar a direção em assuntos nacionais e internacionais".

Mourão, ao deixar seu gabinete no Palácio do Planalto, afirmou nesta terça que tem adotado uma linha de ação de não criar um confronto e exemplificou com um ditado popular.

"Todo mundo emite a sua opinião, tal e coisa. A minha mãe sempre dizia uma coisa: 'Quando um não quer, dois não brigam'. Está certo? Então, essa é a minha linha de ação. Vamos manter a calma", disse.
O general da reserva salientou que não teve oportunidade de tratar a questão com o presidente e ressaltou que Bolsonaro tem o seu ponto de vista sobre o assunto.

"O presidente é o presidente, né. Ele tem a forma dele de pensar. Aguarda, né. Filho é filho", afirmou.
Ao longo do dia, em uma estratégia de evitar que a crise se intensificasse, Mourão evitou falar com veículos de imprensa.

Nos bastidores, ele tem tido o apoio do núcleo militar do Palácio do Planalto, que considera prejudicial ao presidente os ataques e interferências de seu filho, apelidado de "pitbull" nas redes sociais.

Confusão da manhã segue à noite

Como em crises anteriores, criadas por declarações do vereador carioca, o presidente tem evitado se envolver e, até o momento, não o enquadrou. O filho de Bolsonaro continuou a polêmica relembrando a facada sofrida pelo pai, ainda durante as eleições:

A mais recente crise entre militares e Mourão teve início no último sábado (20), um vídeo em que Olavo fazia críticas a aliados de Bolsonaro, sobretudo militares, foi publicado no canal oficial do presidente no YouTube e divulgado depois por Carlos Bolsonaro. Após repercussão negativa, o vídeo foi apagado no domingo (21).

Na gravação, o escritor questiona a contribuição das escolas militares para o país e diz que o regime militar (1964-1985) "destruiu os políticos de direita".

"Qual foi a última contribuição das escolas militares para a alta cultural nacional? As obras do Euclides da Cunha. Depois de então foi só cabelo pintado e voz empostada. Cagada, cagada. Esse pessoal subiu ao poder em 1964, destruiu os políticos de direita e sobrou o quê? Os comunistas."

Depois de apagar de suas contas o vídeo de Olavo, na segunda (22), Bolsonaro disse que as críticas do filósofo a militares "não contribuem" com o governo.

"Suas recentes declarações [de Olavo de Carvalho] contra integrantes dos poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços e consequente atingimento de objetivos propostos em nosso projeto de governo", afirmou o presidente por meio de nota lida pelo porta-voz da Presidência na segunda.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.