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Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).| Foto: Cristian Ark

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), defendeu nesta segunda-feira (25) a anistia aos envolvidos no dia 8 de janeiro como uma forma de pacificar o país e não negou o desejo de ser candidato à Presidência da República em 2026. As declarações foram feitas em uma entrevista à Folha de São Paulo.

Ao ser questionado sobre a anistia aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e as decisões do ministro Alexandre de Moraes, Caiado evitou criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu um "processo de pacificação". Ele relembrou a anistia concedida em 2011 aos policiais e bombeiros militares do Rio de Janeiro, de outros 12 estados e do Distrito Federal, punidos por participar de movimentos reivindicatórios, e também citou a anistia concedida pelo ex-presidente Juscelino Kubistchek que segundo ele, "sofreu uma ameaça de golpe real".

"Julgar uma tese que ficou na intenção é realmente um pouco complicado para a gente poder fazer esse juízo de valor como se quer fazer. São momentos que nós precisamos buscar arrefecer o clima do nosso país para ter governabilidade. Não se governa com essas ferramentas que nós estamos vivendo. Já se passou um ano e três meses", disse Caiado.

Em relação a uma possível "tentativa de golpe", Caiado negou ser "adepto à tese do achismo". "Eu sou cirurgião, então eu sou muito diagnóstico. O achismo normalmente é quem não tem muito conteúdo", reforçou.

Sobre a possibilidade de ser candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, Caiado não nega a sua intenção, mas disse que depende da decisão do partido.

"Isso será tratado pelo partido. Agora, eu me vejo como uma pessoa que posso me apresentar à União Brasil. Vejo uma trajetória de vida que me credencia para que eu possa ver se existe a possibilidade partidária de transformar isso numa realidade ou não. É um trajeto ainda muito longo, de um assunto que vai ser tratado em 2026", declarou.

Caiado também mencionou a sua proximidade com o eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de ainda não considerar que a inelegibilidade dele seja definitiva.

"Se ele tiver condições de ser candidato, é indiscutível a liderança que ele exerce para poder ser candidato. Ora, não sendo ele, a minha trajetória de vida é exatamente no mesmo eleitorado do presidente Bolsonaro", mencionou.

Acerca das críticas do pastor Silas Malafaia, que atribuiu a aproximação de Caiado a Bolsonaro por fingimento e que ele estaria sendo oportunista, o governador de Goiás evitou comentar sobre o assunto e reforçou que sempre foi uma pessoa "aliada", mas nunca foi "subjugado".

"Em relação à minha amizade com o presidente Bolsonaro, eu sempre tive muita independência em relação a tudo que faço. Aliado não quer dizer que tem que concordar em tudo. A minha posição é de conhecimento científico. Sou médico, cirurgião", reforçou explicando porque se afastou do ex-presidente durante a pandemia.

Caiado também foi questionado sobre as pautas de costumes da direita e a "censura" dada ao livro "O avesso da pele" - que contém "descrição de cena de sexo" e "jargões impróprios - nas escolas.

"Não é questão de censura. Lê quem quiser. É uma obra literária. Agora, nós não podemos confundir os sinais. Uma coisa é uma obra literária, outra coisa é um conteúdo didático. São coisas distintas", declarou o governador de Goiás.

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