A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (6) o texto-base do projeto de lei nº 948/2021, que permite que a iniciativa privada compre vacinas contra a Covid-19 para imunizar seus próprios funcionários. Foram 317 votos a favor e 120 votos contra. O texto aprovado autoriza ainda que associações, sindicatos e cooperativas também adquiram vacinas para seus associados ou cooperados. Três destaques (pedidos de mudança pontuais no texto) foram rejeitados em sessão na quarta-feira (7). O projeto seguiu para análise do Senado.
A proposta modifica legislação aprovada pelo Congresso há cerca de um mês, e que está em vigor atualmente. A Lei 14.125/2021 obriga a doação integral ao Sistema Único de Saúde (SUS) de todas as doses das vacinas compradas por empresas privadas até que a imunização dos grupos prioritários esteja concluída.
Mas pelo texto aprovado nesta terça, os empresários que comprarem as vacinas precisam doar metade do conteúdo adquirido ao SUS. A redação do projeto permite ainda a aquisição de imunizantes com aval de uso concedido por qualquer autoridade sanitária estrangeira "reconhecida e certificada" pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A proposta aprovada foi um texto elaborado pela deputada Celina Leão (PP-DF) sobre um projeto inicial de Hildo Rocha (MDB-MA). Nesta terça, Celina apresentou um substitutivo prevendo que essas compras, se feitas junto a laboratórios que já venderam vacinas ao governo federal, poderão ocorrer apenas depois do cumprimento integral do contrato e da entrega dos imunizantes ao Ministério da Saúde.
Outra novidade no relatório de Celina Leão é que a vacinação desses empregados deve seguir os critérios de prioridades estabelecidos no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A parlamentar acrescentou ainda a possibilidade de empresas contratarem estabelecimentos de saúde que tenham autorização para importar e dispensar vacinas.
A redação final da relatora excluiu um dos pontos mais controversos da iniciativa do emedebista, que era a de permitir às empresas o abatimento do Imposto de Renda do valor investido na compra das vacinas.
O projeto aprovado nesta terça teve o apoio do governo federal e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Entre os deputados, sofreu resistência de partidos que fazem oposição à gestão de Jair Bolsonaro, como PT, Psol e PCdoB.
Defensor da iniciativa, o deputado Gilson Marques (Novo-SC) disse que o projeto pode estimular a venda de vacinas ao Brasil. Segundo ele, produtores têm receio de negociar com o poder público, "que é burocrático e paga com atraso". Já o deputado Henrique Fontana (PT-RS) chamou o projeto de "vergonha para o Parlamento nacional" e disse que a iniciativa mostra que "a elite quer resolver o seu problema e abandona os que mais precisam".
Projeto que libera compra de vacinas por empresas teve tramitação acelerada
O projeto ganhou velocidade na Câmara a partir da última quarta-feira (31), após ser defendido publicamente por Lira. Na ocasião, o presidente da Câmara disse que o Brasil vive uma "guerra" contra o coronavírus e que, por isso, todas as armas devem ser utilizadas. Nesta terça, o plenário aprovou um requerimento de urgência para apreciação imediata do projeto.
A proposta conta também com o lobby de empresários. Dois nomes de relevo do setor privado, de proximidade com o governo Bolsonaro, se empenharam na disputa: Carlos Wizard Martins e Luciano Hang. Em entrevista à Gazeta do Povo, Martins declarou que a compra e uso de vacinas pelo setor privado pode evitar que o Brasil chegue à taxa de 5 mil mortes diárias pela Covid-19.
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião