A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (10) um pacote de 16 moções de repúdio contra as mortes e os ataques que ocorrem desde sábado (7) após ação do grupo terrorista Hamas contra Israel. Foram 312 votos a favor das moções e nenhum voto contrário. A primeira moção apresentada (Req 3458/23) é de autoria do 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), mas ele alertou que todas as moções aprovadas continuarão com seu conteúdo específico.
Os parlamentares também realizaram um minuto de silêncio para as vítimas de ambos os lados, a pedido do deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG). “Tenho certeza de que esse minuto de silêncio abrange todas as pessoas mortas nesses ataques, independentemente do lado”, disse Pereira, informou a Agência Câmara. Os parlamentares também aprovaram um requerimento apresentado por deputados do PL para manifestar pesar pela morte dos brasileiros Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu.
O primeiro dos seis aviões que o governo federal mobilizou para resgatar brasileiros do confronto entre Israel e o grupo Hamas, um KC-30 com capacidade para 230 passageiros, já deixou Tel-Aviv com 211 passageiros e seguirá direto para Brasília, onde deve pousar na Base Aérea às 4h desta quarta-feira (11).
No último sábado (7), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou os ataques do Hamas. "A guerra não é a solução para conflitos políticos ou de qualquer natureza. O ataque do Hamas a Israel é inaceitável e cria mais um foco de tensão mundial. Devemos todos, inclusive o estado brasileiro, buscar o fim das hostilidades e o entendimento político. O caminho é o da paz", disse Lira no X (antigo Twitter).
Discussão
Pela Federação PT-PCdoB-PV, o deputado Odair Cunha (PT-MG) criticou a violência de ambos os lados. “Repudiamos o ataque feito pelo Hamas a cidadãos israelenses, mas também repudiamos o uso desproporcional da força contra palestinos e conclamamos toda a comunidade internacional para que haja o reconhecimento de ambos os Estados”, disse.
Para o deputado André Fernandes (PL-CE), contudo, os governistas deveriam reconhecer que o Hamas é um grupo terrorista. “Há dois anos, ministros do PT assinaram nota dizendo que o Hamas não é um grupo terrorista, mas vêm posar de bonzinhos quando são assassinadas crianças e mulheres”, apontou Fernandes.
O deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) também criticou os ataques tanto de palestinos quanto de israelenses. “Seja o ataque do Hamas, seja o ataque do primeiro-ministro israelense de direita a civis palestinos, ambos devem ser condenados. Somos contra assassinatos de crianças, sejam israelenses ou palestinas”, afirmou.
Para o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), o governo brasileiro precisa reconhecer o Hamas como um grupo terrorista. “Infelizmente, apesar de muitas moções definirem o Hamas como grupo terrorista, o governo brasileiro não assume essa definição”, lamentou.
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