O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) a admissibilidade do processo de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) por quebra de decoro parlamentar A representação foi apresentada pelo Novo contra o deputado do PSOL por agressão a um militante do Movimento Brasil Livre (MBL).
Por 10 votos a 2, os membros do conselho aprovaram o parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que pede a instauração do processo. Agora, a decisão pela cassação segue para votação aberta no plenário e poderá resultar no arquivamento, perda de mandato ou suspensão temporária. A cassação exige votos da maioria absoluta dos deputados, ou seja, de pelo menos 257 dos 513.
Ao apresentar o parecer, o deputado Magalhães destacou que “o comportamento do deputado Glauber ao longo do seu mandato depõe contra ele“. Ele também diz que as acusações do deputado do PSOL contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também pesaram na decisão.
“A imunidade material não autoriza o parlamentar a proferir palavras a respeito de qualquer coisa e de qualquer um, tampouco a praticar quaisquer atos em dissonância com a dignidade desse Parlamento”, disse Magalhães em seu voto.
Defesa do deputado do PSOL
Em defesa própria, o deputado Glauber Braga diz que não se arrepende de nada e criticou a decisão do relator de dar continuidade ao processo. Segundo ele, trata-se de interesse em cassá-lo, incluindo do presidente Lira.
“Não posso e não vou me calar em relação as ações do sr. Arthur Lira e o que ele faz com o Brasil. Se ele tenta cassar o meu mandato e articula a ação pensando que isso servirá como instrumento de chantagem para que eu fique calado, será exatamente o contrário”, afirmou.
Logo depois da aprovação do processo no Conselho de Ética, Glauber Braga participou de um ato em sua defesa na Câmara, com alguns militantes que seguravam placas e gritavam “Glauber fica” (conforme o vídeo abaixo). No ato, eles também gritaram “Fora Lira”.
”Esse placar de 10 a 2 no Conselho de Ética já dá demonstração das dificuldades que estamos enfrentando”, declarou Braga aos seus apoiadores.
Na sequência , ele criticou a “ameaça” feita por um deputado no conselho que disse que poderia pedir o seu afastamento cautelar. “É aquela história, chantagem e ameaça, a gente não cede a ela, porque se ceder a ela a gente fica refém dela”, declarou.
Entenda o processo contra Glauber Braga
Na representação, o Novo alega que Braga infringiu o decoro parlamentar por agredir e expulsar das dependências da Câmara o ativista político Gabriel Costenaro do MBL, e por tentar agredir o deputado Kim Kataguiri (União-SP), que defendeu o militante. O caso aconteceu em abril.
No vídeo que circula pelas redes sociais, o parlamentar aparece acusando Costenaro de ter agredido a mãe de um militante do PSOL e o empurrando para fora do prédio. Durante a confusão, é possível escutar gritos de “fora, MBL”.
Já do lado de fora, o deputado continuou chutando e perseguindo Costenaro com o aparente objetivo de impedir o seu retorno ao prédio. Durante as agressões, aliados de Braga tentaram segurá-lo, porém, sem sucesso. Costenaro não reagiu às agressões.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião