Imagens de uma câmera do circuito de segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) mostram a ação de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, que detonou explosivos na Praça dos Três Poderes, nesta quarta-feira (13), por volta das 19h30.
O vídeo apresenta o momento em que Francisco lança fogos de artifício em direção ao edifício do Supremo. Depois, acende um explosivo, deita ao chão e o artefato explode. O homem morre na hora.
Francisco foi candidato a vereador em 2020 pelo PL em Santa Catarina. Ele disputou a eleição com o nome de urna Tiu França, em Rio do Sul (SC), mas não foi eleito. Na época, o ex-presidente Jair Bolsonaro era filiado ao PSL.
Roupa usada por Francisco durante as explosões fazia possível alusão ao personagem Coringa
De acordo com o andamento das investigações, Francisco usava um chapéu branco e trajava roupas com estampas de baralho, o que seria uma referência à fantasia do Coringa, vilão de histórias de quadrinhos.
Em seu perfil no Facebook, Francisco deixou a seguinte mensagem: "Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda".
Francisco visitou o STF e Câmara antes das explosões
Cerca de dois meses atrás, em 24 de agosto, Francisco visitou o prédio do STF e publicou uma selfie com a seguinte mensagem: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro) ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo”.
Mais cedo, na quarta-feira (13), Francisco esteve na Câmara dos Deputados. Ao entrar, ele informou que pretendia visitar o gabinete do deputado federal catarinense Jorge Goetten (Republicanos).
França deveria seguir para o anexo 3 para ter acesso ao gabinete, mas desviou para o anexo 4, onde entrou no banheiro e deixou o local em seguida.
Ao conversar com o jornal SC em Pauta, Goetten confirmou que conhecia Francisco há muitos anos.
“Ele esteve aqui neste ano, em agosto. Eu não estava presente, mas o pessoal do gabinete me informou que ele passou a tarde lá”, relatou.
Segundo o deputado, em encontros passados teria notado um comportamento diferente em Francisco, que passava por um processo de divórcio.
“Ele me disse que gostou de Brasília, que alugou uma casa em Ceilândia e estava desenvolvendo um projeto social lá. Achei estranho, pois isso não combinava com ele”, disse o deputado.
Sobre a vida profissional de Francisco, Goetten disse que ele atuava com eventos noturnos, conhecido por organizar grandes “baladas”.
“Ele teve grandes casas de evento. Era um empresário visionário, bem conhecido e de uma família muito boa”, disse o deputado.
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