Caminhoneiros autônomos e celetistas se reuniram para definir uma agenda única e nacional para a categoria.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Mais de 50 lideranças dos caminhoneiros autônomos e celetistas se reuniram neste sábado (18), em Brasília, para definir uma agenda única para a categoria. Em nota, eles afirmam que o objetivo do encontro foi alcançado. Outros 60 representantes acompanharam as discussões pela transmissão ao vivo da reunião.

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Entre os pontos defendidos, estão medidas junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a constitucionalidade do piso mínimo de frete, o aperfeiçoamento do voto em trânsito e o retorno da aposentadoria especial aos 25 anos de contribuição ao INSS. A possibilidade de greve não foi discutida pelos caminhoneiros.

O encontro foi coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), pela Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), e pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC).

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Segundo o presidente da Abrava, Wallace Landim, o "Chorão", um dos líderes da greve nacional de 2018, e Plínio Dias, presidente do CNTRC, o debate serviu para unir a categoria. Um dos pontos centrais das declarações feitas durante mais de oito horas de reunião foi a necessidade de união entre os transportadores.

A convocação dos representantes foi articulada pelo presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sindicam) de Ijuí (RS), Carlos Alberto Dahmer, o "Liti", que é diretor da CNTTL. As pautas definidas deverão ser apresentadas ao governo federal.

O que querem os caminhoneiros autônomos e celetistas

A categoria iniciou a discussão com uma "pauta de discussão mínima" formada por 11 itens e definiu oito pontos de ação para a agenda nacional. Ficou decidido que na próxima segunda-feira (20) serão enviados ofícios ao Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a constitucionalidade do piso mínimo de frete. Os caminhoneiros pedirão para serem recebidos pelos ministros da Corte.

A Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, presidida pelo deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), que esteve presente no encontro, deve apoiar a demanda da categoria pelo retorno da aposentadoria especial aos 25 anos de contribuição ao INSS. O colegiado deverá apresentar um Projeto de Lei sobre o tema para análise do Congresso.

A Frente Parlamentar também deve solicitar a caráter de urgência no PL 2574/2021 a inclusão da "Lei do DTE – Documento de Transporte Eletrônico" sobre o INSS pago pelos caminhoneiros. As lideranças pretendem levar a pauta ao Executivo e aos ministérios para "equacionar as obrigações e direitos previdenciários" da categoria.

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) será acionado para intensificar as fiscalizações nos portos, "em razão da exposição do transportador portuário à agentes nocivos à saúde, em especial, pelo uso do scanner com exposição a radiação".

O projeto da BR do Mar também foi parte das discussões. Os líderes vão solicitar a realização de audiências públicas para discutir o impacto no setor de transporte "diante das incertezas dos impactos sociais em decorrência de sua implementação".

Eles pretendem pedir ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) a suspensão cautelar imediata da liberação de caminhões de 11 eixos, com capacidade total de 91 toneladas, prevista para valer a partir do dia 1º de outubro. Segundo as lideranças, a medida visa a "segurança coletiva". Caso o Contran não determine a suspensão, a demanda será apresentada à Justiça.

Os caminhoneiros pedem que as entidades representativas da categoria sejam incluídas na audiência pública para discutir o PL 750/2021, que trata das políticas de preço adotadas pela Petrobras sobre os combustíveis e derivados de petróleo. Eles afirmam que irão apoiar o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a estatal, a CPI da Petrobras.

Além disso, a categoria defende que o projeto para permitir o voto em trânsito, já aprovado pela Câmara, seja aperfeiçoado para garantir o voto nas eleições municipais.

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As próximas reuniões entre os líderes dos caminhoneiros autônomos e celetistas já foram agendadas para o dia 16 de outubro no Rio de Janeiro e 20 de novembro no Rio Grande Sul. Nesse encontros, os representantes ainda devem discutir a implementação do Documento Eletrônico de Transporte (Dt-e), dos pontos de parada e descanso, de exames toxicológicos, e do marco regulatório do transporte.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]