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Governador, senador...

Quais caminhos o vice-presidente Mourão pode trilhar na disputa eleitoral de 2022

Mourão
Futuro político do vice-presidente Hamilton Mourão depende de novo partido e do cargo que pretende disputar em 2022. (Foto: Bruno Batista/VPR)

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Preterido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para o seu projeto de reeleição, o vice-presidente da República Hamilton Mourão (PRTB) calcula cuidadosamente o seu futuro político. Ele tem algumas opções de candidatura na mesa e, por isso, já articula alianças eleitorais com lideranças de outros partidos. Mourão pode entrar em uma disputa para governador ou até mesmo para o Senado.

No radar de aliados do vice-presidente, o governo do Rio de Janeiro passou a ser uma opção para Mourão diante da dificuldade do governador Claudio Castro (PL) em atrair a fatia do eleitorado conservador do estado ligado ao presidente Bolsonaro. Ambos estiveram juntos em um jantar no Palácio do Jaburu, recentemente, onde tentaram estreitar laços para uma eventual composição.

No mesmo partido de Bolsonaro, Castro acredita que terá o apoio do presidente no reduto da família presidencial. Além disso, pesaria contra o vice-presidente o fato de o PRTB não ter capilaridade nem estrutura para uma candidatura ao governo estadual.

Apesar disso, interlocutores do vice-presidente dizem que o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (PSL), teria procurado Mourão para uma eventual filiação ao União Brasil, partido criado a partir da fusão entre o PSL e o DEM. Mesmo assim, o general da reserva tem dito que ainda não definiu o que irá fazer em 2022, se irá concorrer ao governo do Rio, ao Senado ou se será candidato por outro estado.

“Se eu tivesse que concorrer a algum cargo, para mim, na minha visão, seria o Senado, seja pelo Rio Grande do Sul, meu estado natal, seja pelo Rio de Janeiro também, e isso é a decisão que eu terei que tomar, após definir se vou continuar na política", afirmou o vice-presidente ao ser questionado sobre seu futuro político.

Mourão amplia agendas no Rio de Janeiro 

Para tentar ampliar sua viabilidade no Rio de Janeiro, o vice-presidente pretende manter agendas no estado como forma de se aproximar de empresários e de grupos políticos da região.

Pesquisa de outubro da Quaest, encomendada pelo jornal O Globo, mostrou Mourão em segundo lugar na corrida pelo governo do estado com 17% das intenções de voto no cenário em que seu nome foi testado. O vice-presidente aparece à frente do atual governador Claudio Castro (12%) e atrás apenas de Marcelo Freixo, do PSB (23%).

Dentro do PRTB, a avaliação é de que o partido irá empenhar todos os esforços no projeto escolhido por Mourão, pois o vice-presidente é hoje a principal liderança do partido. Até então, o fundador da sigla e o ex-deputado Levy Fidelix era a principal voz do partido, mas ele faleceu em abril deste ano.

“O PRTB precisa dessa mobilização por uma questão de sobrevivência e para ganhar notoriedade e espaço”, avalia Antônio Carlos, presidente do partido no Rio de Janeiro.

Atualmente, o PRTB não conta com representantes na Câmara dos Deputados e nem no Senado. Tem apenas 13 deputados estaduais e cerca de 150 mil filiados pelo país.

Governo do Rio Grande do Sul é uma possibilidade

Além do Rio de Janeiro, o vice-presidente também cogita se lançar na disputa pelo governo ou Senado no Rio Grande do Sul, seu domicílio eleitoral. Aliados de Mourão, contudo, temem uma pulverização de candidaturas de direita no estado, o que poderia prejudicar o projeto eleitoral de todos.

Devem disputar a mesma parcela do eleitorado o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, que pretende se filiar ao PL, além do senador Luiz Carlos Heinze, pré-candidato pelo PP, que também integra a base governista.

Havia a expectativa de que um acordo fosse construído entre Lorenzoni e Heinze para que não houvesse uma divisão de votos na região. Contudo, ambos pretendem levar suas candidaturas até o final.

“Heinze e Lorenzoni serão dois bons palanques para o presidente Bolsonaro. Os dois estarão com suas campanhas apoiando Bolsonaro para presidente”, afirmou o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

Para o entorno de Mourão, as duas candidaturas disputarão o voto conservador e a entrada de Mourão na disputa poderia não ter o mesmo peso que a de Heinze e de Lorenzoni. Neste cenário, caso opte por se lançar na disputa na região gaúcha, a candidatura mais provável seria ao Senado. A decisão oficial sobre qual cargo Mourão deve disputar ficará para março do ano que vem.

Metodologia da pesquisa citada 

O levantamento da Quaest Pesquisa foi realizado entre os dias 22 e 26 de outubro, em todas as regiões do Rio de Janeiro, e ouviu 1.804 pessoas de forma presencial. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%.

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