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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está trabalhando para que o pai seja candidato à Presidência da República em 2026 e mantenha o partido unido até lá, segundo entrevista ao Poder 360 publicada nesta sexta (10).
De acordo com o senador, ao longo dos quatro anos em que esteve à frente do governo, Bolsonaro criou "muitas lideranças junto com ele" que o viabilizam como candidato na próxima eleição presidencial. O que torna "natural" sua candidatura em 2026.
“É bom lembrar que ele sempre dava crédito ao ministro responsável por uma medida positiva do governo. Não à toa tantas pessoas que estavam alinhadas com o Bolsonaro, com a direita, com o conservadorismo, se elegeram senadores, deputados federais”, disse completando que seu trabalho como líder da minoria no Congresso será para que Bolsonaro “seja o candidato em 2026”.
Essa candidatura, diz, deve ser pelo PL que deve se posicionar como um partido de “centro-direita”. O partido, atualmente, está rachado entre correligionários a favor do ex-presidente e outros que podem vir a formar base para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Flávio vê a derrota de Bolsonaro nas urnas em 2022 como um “descompasso” no tratamento dado pela Justiça Eleitoral à campanha do pai e do PT, como pedidos para retirar conteúdos de redes sociais, entre outros. “Era muito difícil a gente requerer alguma coisa. No lado de lá, era diferente. E, ainda assim, conseguimos uma votação expressiva, metade do Brasil com ele”, diz.
Para o senador, está se criando uma falsa narrativa de que Bolsonaro saiu do país antes mesmo da posse de Lula por medo de ser preso. Flávio contesta e afirma que não há nenhum motivo para isso acontecer, a não ser que “seja a vontade de alguém que tem tinta na caneta para fazer na mão grande, na ilegalidade”.
“Acho que seria uma burrice. Se vão para uma agressão ao Estado democrático de direito tendo como vítima o Jair Bolsonaro vão criar um grande mártir, vitimizar uma pessoa boa, que passou quatro anos sem denúncias de corrupção. No [governo] Lula, já há três ministérios alvo de problemas criminais”, dispara.
Defesa do legado do pai
Ainda durante a entrevista, Flávio Bolsonaro disse que vai trabalhar além do Senado para defender o legado do pai, como qualquer proposta que venha a questionar a independência do Banco Central, aprovada durante o governo do ex-presidente. Para ele, as críticas de Lula à autoridade monetária são uma “desculpa para o fracasso que é óbvio que virá”.
“Ele quer arrumar um bode expiatório. Ele só pensa em Bolsonaro o dia inteiro. E as pessoas estão esperando a picanha até agora. Ao atacar o Campos Neto, ele está atacando o Bolsonaro”, afirmou.
Outro ponto de trabalho na “defesa do legado” será na apreciação de vetos do ex-presidente no Congresso, que ele diz que será uma oposição “firme, dura, contundente”, mas que saberá negociar “quando determinado assunto for benéfico para a população”.
Um assunto benéfico que Flávio diz que vai analisar com a oposição é a reforma tributária através das Propostas de Emenda à Constituição 45 e 110, que precisam de “ajustes” e que não andaram “por falta de convergência”.
“O presidente Bolsonaro começou esse processo de desburocratização, simplificação, redução de impostos e aumento de arrecadação. Nisso entra a digitalização do governo, somos o 2º país mais digital do mundo”, diz.
Outros temas de defesa do legado que Flávio pretende trabalhar estão projetos nas áreas econômica, de costumes e na segurança pública.